Há realmente muito tempo (décadas, até) há um grande debate sobre a expressividade e criatividade dos jogos eletrônicos e suas vertentes artísticas. Os games, podem atualmente depois de toda essa especulação e debates serem considerados arte, mas só considerados mesmo. Os games não são aceitos, de fato, pela esfera artística, seja social ou governamental. Só como uma reles forma de diversão e lazer. Aqui no Brasil, por exemplo, consoles poderosos de games complexos com suas devidas direções de arte e roteiros intrincado e muito bem escritos como Xbox 360 e Playstation 3, são reconhecidas pela receita federal como "Jogos de Azar", tal qual caça níqueis e jogo do bicho.
Keys of a Gamespace: An Expressive Game está aí para provar o contrário. Usando um visual belo pelo minimalismo e diálogos secos de tão diretos, o jogo é uma experiência fabricada para mostrar que jogos são, sim senhor, a mais nova forma de expressar sentimentos, emoções e ideias. E além disso, é a forma mais completa de arte, pois não é o amante da arte que depende do artista, mas sim ele que depende de seu fã para sua arte ser explorada em toda sua plenitude. A arte só é feita quando o jogador puxa as escolhar pr'um lado e pro outro. A arte dos jogos está na reflexão de suas escolhas e no impacto direto delas em sua trajetória. E Keys of a Gamespace deixa claro que além de ser uma forma de arte e entretenimento de alta qualidade, os games, atráves de suas escolhas, são uma das mais revolucionárias formas de conhecer a si mesmo, estudando o impacto de suas ações pelo game, sabendo assim como você mesmo funciona.
O jogo é pequeno e claramente baseado na vida de seu idealizador, Sébastien Genvo, do qual teve sérios problemas pessoais. Em alguns momentos o jogo que é tão simples, fica pesado e até sufocante. A trilha sonora é igual a atmosfera e o visual do jogo, lenta, parada, compassada, minimalista e simplesmente linda.
Com reflexões complexíssimas desde a "artívidade" dos games até um tema muito pesado e complicado como perdão, Keys of a Gamespace: An Expressive Game está muito além de um jogo para matar seu tédio. É um ingresso obrigatório aos amantes de games (e até principalmente os leigos) que sabem que quando jogam não estão brincando, mas passando por uma experiência nova e entrando num novo mundo. Da mesma forma como quando leem um livro ou assistem um filme. Os jogos eletrônicos são tão artes quanto.
Vale lembrar que o jogo tem temática adulta por causa de sua complexidade e história que podem rebater a ética e moral. Eu mesmo indicaria somente para acima de 16 anos.
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